Freddie era um cantor bastante inexperiente no início do Queen. Na banda que ele tinha na época da escola, ele era pianista, e não cantor, e por isso, muitas pessoas que conviviam com ele na época nem sabiam que ele podia cantar. Ele era mais conhecido pela sua habilidade de tocar piano que de cantor.
Neste texto busco falar mais detalhadamente sobre as vozes do Queen como um todo, seus arranjos, gravações e integrantes.
The Queen Voices
O Queen era uma banda na qual todos cantavam durante as gravações e shows, exceto John Deacon, o baixista. Ele não se sentia à vontade, e os outros três integrantes tinham vasto material vocal para gastar durante as longas sessões de gravações de vozes do Queen.
Nas gravações os músicos costumavam mudar as harmonias constantemente, até que ficassem mais próximas da perfeição que imaginavam. É sabido que os integrantes da banda tinham grandes egos, e usavam disso para se provocarem durante as sessões nos estúdios, tentando tirar melhores melodias, solos e viradas do que haviam proposto há segundos atrás. Freddie tinha muita energia e instigava os colegas de banda a tentarem sempre mais uma vez, e melhor.
O Queen costumava demorar mais tempo nas gravações do que as outras bandas da época, isso porque eles eram extremamente perfeccionistas em suas performances individuais, e também em como o grupo soava em conjunto. A própria Bohemian Rhapsody demorou 3 semanas para ser gravada, sendo que nesse tempo outras bandas gravariam um disco inteiro, por exemplo.
Outras vozes do Queen
Além de Freddie, o principal vocal/backing vocal da banda é o baterista Roger Taylor. Ele é responsável pelas vozes mais agudas da ópera rock Bohemian Rhapsody, por exemplo, e era ele quem segurava a onda do Freddie durante os shows ao vivo. Freddie era um grande showman, e muitas vezes sua fisicalidade e empolgação no palco atrapalhavam seu fôlego, e quem mantinha as notas longas e agudas era Taylor. Ao performarem Under Pressure, por exemplo, Freddie fazia a voz de Bowie, e Roger a voz mais aguda, de Freddie.
Aos 11 anos, Roger Taylor começou a participar de um coral na sua escola, meio a contragosto, mas era matéria obrigatória. E ainda bem, pois foi aí que começou a descobrir sua voz. Aos 17, já era cantor e baterista da banda mais famosa de sua escola na época, “the Reaction” com seu kit de bateria localizado bem na frente do palco, e já nessa época conquistava groupies com seus belos olhos. Conta-se que ele chegou a ganhar bolsas de estudo em boas escolas da Cornuália (condado onde estudava) por conta dos seus agudos.
A voz de Roger se manteve muito boa durante os primeiros anos de fama do Queen, e ele provavelmente pensava que cantaria melhor que Freddie as suas composições. Porém, no final dos anos 70, a voz de Taylor perdeu a ressonância aguda dos falsetes. Perto de 82 ele perdeu mais extensão dos falsetes, provavelmente pelo mau uso da voz e pelos hábitos de rock star da época. Nesse período Freddie começa a fazer todos os agudos das harmonias nas gravações.
Já Brian May sempre esteve mais interessado em tocar guitarra do que em cantar, e deve ter percebido rapidamente que Roger e Freddie davam conta do recado durante os shows. Brian cantava nas gravações, e eventualmente nos shows, dependendo do arranjo, de como estavam as vozes dos colegas, e/ou do set do show. Não há relatos de estudo formal de voz feitos Brian May, mas ele é o integrante do Queen que mais tem estudo formal de música no geral, portanto imagino que ele deve usar muito de seu conhecimento musical para trabalhar sua voz, afinação e harmonização.
Ouça Brian e Roger cantando um clássico do Queen nesse show de 2005:
Neste vídeo conseguimos ver a riqueza que os backing vocals e arranjos vocais trazem as composições:
Esse tipo de arranjos e divisão de vozes é muito característico nas composições da banda, e só foi possível pela capacidade e disponibilidade dos integrantes da banda para usarem suas vozes, tanto nas gravações como nos shows ao vivo.
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