O Rock morreu e o Chimbinha passa bem

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Rá! Pegadinha do Malandro! O rock não morreu e o Chimbinha(Calipso) não faço a menor ideia do paradeiro dele. Mas, me lembrei de uma matéria do G1, que a Rollings Stones publicou no perfil dela no face ano passado e que eu achei muito maneira.

Quando a banda Greta Van Fleet estava em turnê no Brasil, apresentaram uma lista de vários guitarristas pro Jake Kizka (guitarrista da banda), entre eles o Kiko Loureiro, Pepeu Gomes (meu preferido da respectiva lista) e o nosso querido Chimbinha, o homem da banda Calipso, no meio desses cabeludos roqueiros.

Fui ver os comentários nas publicações e haviam várias pessoas estarrecidas e inconformadas com a declaração – Afinal de contas, como assim? Chimbinha?. Pois é meu caro Watson, e o J.K ainda fala “..você percebe as raízes daquela música, daquele som antigo, sabe?”.

Achei lindo! Chimbinha é vintage! E explicando de um jeito estereotipado, seria basicamente o Led Zeppelin encontrando a guitarrada do Pará.

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Em paralelo a isso, no meio musical, teve um vídeo muito visto no Youtube comparando o Chimbinha com o Kiko Loreiro, numa tentativa de tirar um sarro comparando a virtuosidade de cada um no qual o Kiko é ovacionado em detrimento da técnica do Chimbinha.

Não é muito difícil não concordar com o guitarrista do Greta, afinal de contas, imagine você crescendo em um meio rock n’roll: É comum que você ache que as sonoridades dos guitarristas do meio sejam sempre parecidas, mesmos timbres, mesmo pedais, mesmos licks e, de repente, você entra em contato com um estilo extremamente latino e ali você enxerga algo completamente novo. É muito comum um puritanismo-conservador em qualquer meio artístico. No meio “guitarrístico” não é diferente, o que é uma pena em termos de técnicas de guitarra. 

A guitarrada, em termos geográficos, está mais pro lado da América Central, com aquela música rolando num radinho de pilha, o sol quente na cabeça, e aqui no Brasil caminhando lado a lado com o carimbó e a cúmbia. Um tanto quanto distante do Blues que é o progenitor do Rock, de ancestralidade bem distinta mas igualmente rica em sonoridade. 

Assim como na matéria passada, quando falamos da Moda de Viola e a sua importância na música, temos também a guitarrada como matéria prima para construir parte da nossa identidade guitarrística brasileira entre tantos outros estilos.

A guitarra elétrica é apenas um belo veículo condutor, seja uma Tonante ou seja um Gibson Les Paul – ela vai passar ao ouvinte uma idéia, um cenário, uma vivência, te levar ao um mundo completamente particular.

Por isso acho que para o Brasil, tanto o Chimbinha quanto o Kiko Loureiro, fazem a sua contribuição ao nosso universo musical, apesar de eu gostar mais do Pepeu Gomes (rá!).

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É preciso absorver e entender as nuances de cada estilo pra poder interpretar uma música, e quiçá, fazer algo completamente novo. Drive? Clean? Captador da ponte ou do braço? Quais desenhos de acordes usar? Bom, a resposta é: use TUDO, experimente o que dá.

Obviamente cada estilo “pede” uma coisa diferente, mas a gente já sabe que, quem sai na frente é sempre aquele que traz uma receita nova em cima do que já foi feito – vide o caso de Robert Johnson, Jimi Hendrix, Pepeu Gomes, Tião Carreiro.

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A guitarra é feita pra soar como ela quiser e, quando eu vejo alguns dizendo “O Rock morreu” “Já não é o mesmo!”, eu de fato acho que não é o mesmo e que bom que não é, pois assim, como ele é um agente transformador de comportamento, é também uma metamorfose ambulante que não fica estático no tempo.

O rock não morreu, só deu espaço para outras potencialidades surgirem. Deixe o Chimbinha em paz e corre atrás do seu som.

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