Qui Nem Jiló é um dos maiores clássicos da música brasileira, composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A canção elenca em sua poesia o fruto jiló – comumente confundido com um legume – para uma analogia com as dores da saudade, em comparação com o gosto amargo desse fruto originário da África Ocidental.
A música já foi gravada e cantada por diversos músicos brasileiros, e agora você aprende a tocar Qui Nem Jiló no violão com tablatura completa.
Qui Nem Jiló no violão com tablatura
Gonzagão nasceu em 1912, no Munícipio de Exu no Sertão de Pernambuco. A inspiração para tocar sanfona veio de seu pai, com ele passava grande parte do tempo, ajudando-o na roça e também nos bailes, onde tocavam sanfona. O instrumento estaria presente em muitas músicas que iria produzir anos depois.
Com doze anos adquiriu sua primeira sanfona, fole de oito baixos, presente do seu padrinho Coronel Manual Aires de Alencar e aos quinze anos já havia tido prestígio como sanfoneiro na região. Aos dezessete anos, após uma proibição amorosa e desentendimento familiar, fugiu para o Ceará em busca de uma vida melhor, se alistando no exército. Lutou contra os canceiros, coiteiros e coronéis, mas criou admiração por “Lampião”, utilizando roupas inspiradas nos cangaceiros.
Com a Revolução de 30, viajou diversos estados do Brasil e em Minas Gerais, conheceu o também soldado Domingos Ambrósio, famoso sanfoneiro de Minas, com quem teve aulas e rotomou o interesse pela música.
Já em 1939, quando pediu baixa do serviço militar e estava no Rio de Janeiro, por ordens esperando um navio que o levasse de volta a Pernambuco. Ele ficou abrigado no Quartel, onde um de seus colegas o sugeriu que tocasse no Mangue, zona portuária do Rio.
Foi o que Luiz fez, passou a tocar em busca de uma nova fonte de renda. Rio de Janeiro era a capital do Brasil, onde música e rádios tinham maior enfoque na época. Passou a tocar em bares, cabarés e programas de calouros. Nas primeiras tentativas nos shows de calouros no rádio, havia tentado ritmos musicais mais latinos, o que não deu muito certo para ele, já que atingia a nota de no máximo três pontos.
Quando foi indagado por um amigo, do por que não tocava musicas nordestinas, ele passou a inclui-lás em seu repertório e essa atitude lhe trouxe grandes frutos, como a clássica Qui nem Jiló.
A partir daí, Luíz Gonzaga passa a ter maior visibilidade e é chamado para gravar seu primeiro disco pela RCA. Em 1946 estava em busca de um parceiro nordestino, encontrou Humberto Texeira, advogado, com quem escreveu diversos sucessos, como Asa Branca, Baião, Alum Preto, Qui nem Jiló, entre outras.
Até o final da vida, seguiu compondo e produzindo. Fez apresentações pelo mundo, tocou para o Papa João Paulo II, em Fortaleza, subiu em palanques de presidentes eleitos, teve e levou visibilidade da música nordestina para o Brasil e o mundo.
Morreu em 1989, deixando seu filho Gonzaguinha, sua filha Rosa Gonzaga, sua esposa Helena Neves Cavalcanti e muitos brasileiros que sempre o levarão no coração como “O Rei do Baião”. Você também pode saber um pouco mais sobre o Baião e como tocar esse ritmo tão especial e brasileiro na nossa matéria.
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