Não é de hoje que as guitarras vintage são consideradas por muitos músicos como verdadeiras obras-primas. Algumas se tornam tão valiosas que nem altos cifrões podem traduzir o real valor destas relíquias de seis cordas. O sucesso das guitarras vintage cresceu com o passar dos anos e atualmente muitos fabricantes usam aspectos e aparência envelhecida em novas guitarras para simular os padrões estilísticos de uma verdadeira guitarra vintage.
Mas afinal, o que torna as guitarras vintage tão cobiçadas e admiradas no mundo música? O que as difere das guitarras modernas? Saiba agora tudo sobre as famosas guitarras vintage.
Guitarras Vintage
O termo vintage tem origem anglo-francesa (relativo a franceses e ingleses). Criado nas vinícolas, o vintage era usado para descrever as boas colheitas da uva de acordo com fatores climáticos e outros aspectos que aumentavam a qualidade dos vinhos. O Vinho do Porto por exemplo, recebe este nome quando a colheita da uva é boa e sua capacidade de envelhecimento dita a qualidade do vinho, aumentando assim o seu valor comercial.
O termo logo foi incorporado em diferentes áreas, desde a moda até o ramo automobilístico, tornando o vintage uma designação cultural. O vintage está relacionado com tudo que é antigo e que já tenha superado pelo menos vinte anos de existência, além de caracterizar artigos raros, originais e colecionáveis que se tornam verdadeiras relíquias ultrapassando gerações.
No universo dos instrumentos musicais, em especial as guitarras, não poderia ser diferente. As guitarras vintage recebem esta designação devido a diferentes fatores, em especial sua sonoridade clássica, originada por uma cuidadosa e minuciosa fabricação.
Esta é uma legítima Rickenbacker 325 (1964), usada por John Lennon.
Um dos principais fatores que diferenciam guitarras vintage das guitarras modernas é o tipo de madeira usada na fabricação do instrumento. Antigamente, o mercado da música não era tão abrangente como nos dias atuais. Com o crescimento do comércio de instrumentos musicais, muitas marcas e fabricantes surgiram, buscando cada vez mais popularizar e tornar acessíveis as guitarras que até então tinham altos valores comerciais. A busca por baixos custos de produção implicou na substituição de madeiras caras por madeiras mais baratas e abundantes na natureza, resultando em uma queda significativa da qualidade sonora, já que a madeira é o principal responsável pelo timbre e sustain de qualquer guitarra.
Madeiras como o Alder e Ash por exemplo, caras e de difícil extração, começaram a ser substituídas por madeiras de baixo custo como Maple Asiático, Nato, Basswood, entre outras. Além disso, muitos fabricantes optaram por outros tipos de madeiras devido à legislação e controle ambiental relacionado à extração de espécies de árvores ameaçadas, como o Jacarandá da Bahia por exemplo, muito usada em escalas Fender.
LEIA TAMBÉM – 10 Guitarras com Melhor Custo/Benefício
A qualidade de certos tipos de madeira usadas em guitarras vintage são preservadas com a ação do tempo, enriquecendo a qualidade sonora com o envelhecimento da madeira. Isto faz com que cada acorde tocado tenha um timbre único e original, tornando as guitarras vintages mais valiosas e peças excepcionais.
Com o crescimento de mercado, os fabricantes deram mais atenção à alta produtividade, deixando de lado o primor artístico da fabricação de guitarras. Desta forma as marcas conseguiram atingir um grande público de músicos com diferentes exigências e condições financeiras. Por outro lado, fez com que as guitarras vintage fossem mais valorizadas, visto que muitas foram construídas baseadas nas tecnologias da época e nas técnicas individuais que cada guitarrista necessitava, conservando assim a originalidade de cada peça.
Stevie Ray Vaughan e sua lendária Fender Stratocaster, feita em 1974 por Ray Henning.
Atualmente esta guitarra está avaliada em aproximadamente 1 milhão de dólares.
Identificando uma Guitarra Vintage
Uma guitarra classificada como vintage demonstra o seu valor inestimável, porém a identificação de uma guitarra vintage demanda alguns cuidados. Termos como “raro”, “fora de linha”, e “edição limitada” podem nos confundir quando pesquisamos sobre guitarras vintage. Vamos entender melhor estes termos.
Raro: uma guitarra considerada rara não significa que ela seja vintage. O termo raro está associado a guitarras que tiveram poucos números de exemplares produzidos, e que podem ou não se tornarem valiosas por isso.
Fora de Linha: as guitarras fora de linha são as famosas “descontinuadas”, ou seja, sua produção foi encerrada por algum motivo específico. Isto não quer dizer que elas sejam vintage ou valiosas. Algumas podem até ser, mas muitas guitarras tiveram sua produção encerrada por motivos comerciais como falta de oferta, fracasso nas vendas, ou por simplesmente surgirem modelos de guitarras mais atraentes e modernos. Este é um item que deve ser avaliado caso a caso.
Edição Limitada: são quando os fabricantes produzem uma determinada quantidade de guitarras, que geralmente recebem um selo com o número de peças produzidas. Isto não significa que elas sejam vintage ou valiosas, já que o “edição limitada” muitas vezes é usado como atrativo de vendas.
Re-edição: muitos fabricantes possuem modelos famosos e valiosos que marcaram época e que muitas vezes saíram de linha ou são difíceis de encontrar. Pensando nisso, algumas marcas costumam relançar modelos de guitarra com as mesmas especificações e características da primeira versão lançada. A intenção é justamente atingir o público que não pode obter o modelo original de determinada guitarra, e pode compra-la atualmente, mas com todos os aspectos originais.
Jimi Hendrix e sua White Stratocaster (1966),
uma de suas guitarras favoritas.
Mesmo com uma qualidade sonora diferenciada das guitarras vintage, muitas marcas ainda mantém o padrão de qualidade de suas guitarras atuais. Mesmo perdendo a individualidade de cada peça, as guitarras modernas são favorecidas pelos avanços tecnológicos e contam com acessórios modernos como pontes, tarraxas e trêmulos, ganhando mais afinação e estabilidade. Além de possuírem mais recursos de configuração e opções de ligação.
Estas são algumas características que podem definir uma guitarra vintage, e a soma destes fatores somados a especificações individuais de cada guitarra definirão o seu valor comercial, e claro, sua preciosidade como uma relíquia do mundo da música.
Se você gostou, não deixe de acompanhar nossas postagens e fique por dentro de tudo do universo das guitarras, além de diversos assuntos e vários segmentos do Planeta Música.
E se quiser ter uma experiência de aprendizado musical completa, num acervo de mais de 4 mil aulas de música completas, acesse a plataforma do Planeta Música, o Netflix de cursos de música.
Tudo pronto para começar? Clique e acesse, e bons estudos!